Imprensa
Diversidade instigante
Marisa Melo é empresária no mercado de arte
05/05/2023
Versatilidade é o ponto forte de Karla Lessa, artista visual carioca que faz parte do time da UP Time Art Gallery, galeria de arte itinerante que reúne artistas do Brasil e de países da Europa para fomentar o que há de melhor na arte contemporânea. Formada em Artes Plásticas pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Karla utiliza seu dom como forma de se aproximar da cultura carioca enquanto busca diminuir alguns dos problemas sociais que encontra em seu entorno e que far parte da realidade do país.
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A obra de Karla Lessa endereça uma série de metáforas conceituais que permitem desvendar sua trajetória e amadurecimento artístico. Fruto da experimentação e de um exercício consciente de liberdade, sua expressão que já se manifestou da aquarela ao grafite, encontra afirmação com o nanquim e atualmente com a intervenção Digital. Sua "geometria empírica", é uma das mais originais brasileiras ligadas ao aspecto construtivo. A relação com essa tradição rende obras inovadoras e diferenciadas. A artista, lança-se na aventura de formas modernas com as questões culturais que lhe são contemporâneos.
A alternância entre o Abstrato e o Figurativo não inibem a essência criadora comum, de caráter essencialmente feminino, de um modo menos explícito. Com suavidade e leveza, uma corporalidade se faz presente de modo sutil num balé de linhas e sinuosidades.
Instigante, seu trabalho desafia o observador na busca do significado, da figura implícita no abstrato, da abstração que ronda e paira sobre a figura. Livre de âncoras emocionais, Karla sugere, insinua. E retrata dilemas atemporais ao apresentar com elegância um universo com o qual o observador se identifica, ao reconhecer nele uma diversidade que é a síntese de sua própria existência.
Críticas
Mergulho Orgânico existêncial
Oscar D'ambrósio - Jornalista e curador
01/09/2019
A artista plástica Karla Lessa congrega, em seu trabalho visual, duas vertentes que se complementam por intermédio da técnica, seja no nanquim, na pintura, na aquarela ou na escultura. Ambas apontam trajetórias a serem desenvolvidas e aprofundadas pela pesquisa e pela prática contínua.
Existe um aspecto orgânico que provém de um diálogo com a natureza e com as formas que se articulam no espaço por meio de curvas e linhas que criam uma atmosfera misteriosa, em que a abstração se faz presente e estabelece um movimento que alude à dinâmica de corpos e de seres em constante transformação.
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Outra faceta está associada a uma linguagem que aponta para os dilemas da existência pela maneira como são criados silêncios que obrigam a pensar sobre o sentido da vida. Essa vertente, mais forte quando menos referências traz do mundo concreto e considerado real, gera infinitas possibilidades de desenvolvimento.
É por meio da pesquisa, principalmente em obras em preto e branco, sépia e em tons acinzentados, que a artista atinge resultados mais significativos, que interrogam o observador e o colocam perante as questões filosofias tradicionais gregas sobre o sentido de estar no mundo, obrigando a mergulhar, numa óptica orgânica e existencial, no intermitente diálogo entre passado, presente e futuro.